Operação Átria: violência não é demonstração de amor, observa a delegada Cláudia Dematté

Cerca de 30 policiais civis, sob o comando da chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), delegada Cláudia Dematté, da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), sob o comando da delegada Cláudia Dematté, estão em Barra de São Francisco nesta quinta-feira, 16, para realizarem várias ações dentro da Operação Nacional Átria, do Ministério da Justiça e coordenada em âmbito estadual pela.

O convite para o evento no município foi feito e aceito de imediato pelo prefeito Enivaldo dos Anjos, que tem buscado empoderar e cuidar das mulheres francisquenses com várias ações de saúde e orientação, inclusive criando secretarias e órgãos exclusivos de atendimento às mulheres em geral e as em situação vulnerável em particular.

Cláudia Dematté, que tem um histórico de intenso trabalho de prevenção e repressão à violência de gênero, disse que a ação em Barra de São Francisco envolve cerca de 30 policiais civis, inclusive assistente social e psicóloga e busca o enfrentamento à violência doméstica familiar contra a mulher.

“Trouxemos uma equipe qualificada, especializada em repressão e enfrentamento à violência doméstica contra a mulher. Nós chegamos na cidade com nossa equipe qualificada, com 30 policiais, em média e realizamos diversas ações no município em que estamos. Então, hoje, aqui no município de Barra de São Francisco, nossas equipes vão dialogar com a população nas ruas, mostrar os vários tipos de violência contra a mulher, porque as pessoas conseguem entender a violência física, porque deixa marcas, porém, a violência em geral contra a mulher, começa com a violência moral, com xingamentos, humilhações, do subjulgamento que o home faz com a companheira e tem o que chamamos de escalada da violência com o cometimento de crimes mais graves, como a lesão corporal até chegarmos ao feminicídio, com a mulher tendo sua vida ceifada simplesmente pelo fato de ser mulher. Violência não é demonstração de amor”, explica a delegada.

Presente na praça, a vereadora Israelle Cândido, que tomou posse no cargo recentemente elogiou o projeto e disse que ele é muito importante para proteger as mulheres da violência masculina. “Barra de São Francisco está entre os municípios com maior índice de violência contra a mulheres, com número de casos comparados a municípios bem maiores, como São Mateus”, observou.

O delegado regional Leonardo Forattini disse que ainda não tinha um levantamento do número de casos de violência contra a mulher no município, mas contou que o relatório está sendo preparado.

“Inclusive, estamos correndo com esse relatório para enviar ao deputado estadual Mazinho dos Anjos, que está pleiteando junto à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), a evolução de nossa delegacia, de nível 3, para nível 2, e um dos objetivos é justamente trazer para cá uma delegacia especializada de atendimento à mulher”, informou.

O prefeito Enivaldo dos Anjos, por sua vez, disse que o evento é uma “oportunidade para mostrar que o machismo, a violência em geral é um mal que assola a humanidade, mas a violência contra a mulher tem se tornado um problema social inaceitável em qualquer sociedade", pontuou o prefeito.

FOCO

A Operação Nacional Átria é comandada pelo Ministério da Justiça e coordenada em âmbito estadual pela DEAM.

A Operação Átria tem como foco tanto ações de repressão como ações de educação e de orientação à população sobre a não violência contra a mulher e ocorrerá em diferentes municípios do Espírito Santo.

A ação contará com o ônibus da Polícia Civil/Delegacia Móvel, para o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, ou crimes contra a dignidade sexual.

A equipe da DEAM tem apoio de equipes da Polícia Militar e Patrulha Maria da Penha que realizam atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar e/ou crimes contra a dignidade sexual; bem como orienta e dialoga com a população - mulheres, homens, e alunos das escolas do município - sobre a Lei Maria da Penha e o enfrentamento à Violência Contra a Mulher.

O objetivo é trabalhar na prevenção da Violência Contra a Mulher;

tirar dúvidas sobre a Lei, sobre os tipos de Violência Contra a Mulher;

trabalhar na desconstrução da cultura machista ainda existente na sociedade;

bem como aproximar a polícia da população, numa ação de Polícia Comunitária e Cidadã.

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