Satisfeito com o resultado do programa, que já tem mais de 500 colaboradores a Prefeitura está investindo alto no projeto
Antônio Barbosa é um dos principais que realiza a troca de materias diariamente
O sucesso do Projeto Eu Limpo Minha Cidade, lançado no dia 21 de outubro do ano passado está permitindo à Prefeitura de Barra de São Francisco, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável a investir R$ 40 mil neste início de março para adquirir produtos alimentícios, de higiene e de limpeza para sustentar o número cada vez maior de adesões.
De acordo com a secretária da pasta, Lislei Moreira Batista, aproximadamente 500 pessoas já participaram ou participam ativamente do projeto, que consiste na troca de materiais recicláveis pelos produtos adquiridos pela prefeitura.
“Tem pessoas que vêm várias vezes por dia, outras uma ou duas vezes por semana, mas a frequência é muito grande. Se for contar por cada troca, já fizemos mais de cinco mil e, os maiores clientes são pessoas humildes, que buscam aqui alimentos básicos, como arroz, feijão, óleo de soja, além de detergentes e outros materiais de limpeza”, relata Lislei.
São pessoas como o casal Cícero Rodrigues dos Santos e Maria Ramos dos Reis, que moram bem em frente à sede da Secretaria de Meio Ambiente e, desde que o projeto começou, trocam materiais recicláveis pelos produtos disponíveis. Nesta quinta-feira, 9, eles estiveram no local em busca de uma sacola de arroz, porém, terão que voltar nesta sexta, porque o estoque de arroz já tinha acabado e será reposto no fim da tarde.
“Desde que começou a gente vem quase todo dia. E, diariamente, percorremos as ruas do centro da cidade, em busca de papelão, latinhas de alumínio e tudo que vale algum dinheiro”, conta dona Maria que elogiou a iniciativa da Prefeitura.
A Vigilância Ambiental em Saúde, órgão da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), onde os agentes lidam constantemente com a retirada de lixo capaz de acumular água e promover focos do mosquito transmissor da dengue aderiu à campanha logo no início.
"Os agentes de combate a endemias fazem vistorias diárias pela cidade e distritos onde são encontrados muitos lixos que servem de depósito para água parada dando condições para o mosquito se proliferar e transmitir várias doenças. São latinhas recolhidas nos terrenos baldios onde os agentes passam e encontram água parada e muitas delas com foco, eles amassam e trazem pra vigilância quando não encontram local apropriado pra jogar", explica a coordenadora Patrícia Moura.
Mais de 19 toneladas recolhidas
A secretária Lislei, disse que está fazendo um balanço minucioso do projeto para ser entregue ao prefeito Enivaldo dos Anjos, detalhando os produtos mais procurados e os materiais que são entregues diariamente.
“Fiz o cálculo desde o dia 21 de outubro do ano passado até o final de fevereiro: Já foram trocadas cerca de 19 toneladas de materiais recicláveis como papelão, papel, plástico, eletrônicos, alumínio e ferro. Temos alguns colaboradores permanentes, como o casal vizinho e o senhor Antônio Barbosa, que vem todos os dias com a carrocinha cheia”, informa a secretária.
Lislei explica ainda que o material coletado é vendido posteriormente para empresas de reciclagem e o dinheiro acaba retornando em benefícios para a população, com a troca por produtos.
“Estamos muito contentes com os resultados conseguidos até agora, a população vem atendendo nosso chamado e até crianças trazem material para trocar em mercadorias”, observa Lislei.
Para o dono de uma mercearia perto da sede da Secretaria do Meio Ambiente, o projeto tem ajudado muita gente. Eu mesmo, entrego os materiais recicláveis daqui para uma pessoa que faz a troca por alimentos. A gente junta e ela vem buscar”, conta o comerciante, que pediu para não ter seu nome divulgado.
A coordenadora do Projeto Avivar, Cleidmar de Almeida Rezende, a Cleidinha, por exemplo, conta que a filha, Ana Clara, se tornou uma das clientes assíduas do projeto.
“Ela recicla os cadernos velhos e outros materiais e ainda faz um dinheiro para comprar os novos, mas está sempre de olho nas caixas de bombom”, conta Cleidinha.
Para o trabalhador uma pedreira no interior do município, que mora nas proximidades da Rua da Feira, o projeto é uma “excelente ideia” do prefeito e ajudar a reduzir o lixo pelas ruas da cidade.
“Ideias assim acabam promovendo, de certa forma, a educação ambiental porque trabalha de uma forma não punitiva, ou melhor de forma positiva, já que as pessoas lucram com o lixo”, avalia Joaquim Maurício da Silva.
O projeto
Lançado no dia 21 de outubro de 2021 pelo prefeito Enivaldo dos Anjos, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o projeto Eu Limpo Minha Cidade busca estimular a população a participar ativamente da coleta de lixo reciclável no município.
O prefeito Enivaldo dos Anjos, quando lançou o projeto falou dos problemas que a Prefeitura enfrenta com a coleta de lixo no município, destacando que muitos contentores novos foram espalhados pela cidade e, mesmo assim, o lixo costuma ficar mais ao lado dos contentores do que dentro dos mesmos, dificultando o trabalho dos coletores e garis.
O prefeito disse que o programa vem dando certo e que a quantidade de lixo doméstico e reciclável espalhado pela cidade está diminuindo.
"A população está aderindo e estamos reduzindo sensivelmente o lixo exposto na cidade, além de beneficiamos muitas famílias, que poderm trocar o seu lixo por vários tipos de alimentos, materiais de higiene e limpeza e até mudas de árvores", esclarece.
A secretária municipal do Meio Ambiente, Lislei Batista Moreira, disse que o objetivo do projeto é justamente trocar os materiais recicláveis como latinhas de lixo, garrafas PET e outras de plástico, vidros, papelão, metais e outros por produtos alimentícios e de limpeza e higiene.
De acordo com a Secretaria Municipal de Limpeza Pública, são recolhidas cerca de 15 toneladas de lixo reciclável e orgânico por dia na sede do município, totalizando 45 toneladas por mês e mais de 500 toneladas por ano.
Só de material reciclável, segundo a secretária do Meio Ambiente, Lislei Batista Moreira, são cerca de 180 toneladas de materiais recicláveis por ano.
“Nós temos em Barra de São Francisco os catadores da Ascarmab (Associação de Catadores) e muitos outros avulsos. Aqui, todos os cidadãos e cidadãs podem trocar os materiais por produtos como caixas de bombom, óleo de soja, materiais de limpeza. Temos uma balança e a tabela de preços de materiais recicláveis. Então, vamos pesamos os materiais e entregamos um vale no valor correspondente para os catadores e eles fazem suas ‘compras’ aqui na sede, explica.
Lixo em Barra de São Francisco
O francisquense gera, em média, 1,485 quilo de lixo diariamente, dividido em Resíduos Domiciliares (RDO) e Resíduos de Limpeza Urbana (RLU). Mas, apesar da coleta regular e dos serviços de varrição na área urbana do município, a sensação é de que quase sempre a cidade está tomada pelo lixo, principalmente em bairros da periferia.
Tal sensação se deve ao hábito dos cidadãos, de atirarem o seu lixo nas ruas, em vez de procurarem a lixeira mais próxima ou levarem o lixo consigo para depositá-lo em recipientes adequados e nos horários permitidos
O lixo doméstico responde por quase 80% do total de resíduos produzidos pelo francisquense. Cada morador gera 1,07 quilo de lixo por dia em casa, mas 380 gramas, em média, de lixo são atirados na rua por cada pessoa nas diariamente.
Os dados, embora sejam de 2020, refletem uma realidade que incomoda toda a sociedade. Mas essa mesma sociedade não se dispõe a contribuir de forma efetiva para uma mudança.
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